Objetivos e dimensões espaciais
A estratégia de desenvolvimento para o Concelho de Estremoz assenta na valorização e na sustentabilidade do território, pretendendo alcançar os seguintes objetivos:
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Afirmação do Concelho de Estremoz no contexto regional e nacional como área privilegiada de oferta de atividades turísticas, de lazer e económicas, sustentadas no ambiente natural e nos recursos endógenos;
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Conclusão e manutenção da política de infraestruturação e saneamento básico nos aglomerados urbanos e rurais;
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Desenvolvimento de uma perspetiva holística (transversal na leitura estratégica e na ação sobre o território), envolvendo todos os protagonistas na sua quota-parte de participação.
Esta estratégia visa alcançar a definição dos objetivos atrás referidos, associando-os a quatro dimensões espaciais distintas, as quais se desenvolvem, através de um sistema centrípeto, do interior da cidade de Estremoz para o espaço rural envolvente, realçando desta forma as relações que se vão estabelecendo entre os dois mundos, rural e urbano, de dinâmicas ao mesmo tempo distintas e indissociáveis:
Cidade Património
Corresponde ao núcleo mais antigo da cidade de Estremoz, o qual representa um valor único de construção de “cidade”, enquanto espaço de representação e interação humana por excelência.
É o espaço que corresponde ao centro histórico da cidade, o qual revela uma coerência urbanística ímpar a salvaguardar, a condicionar e a inspirar no sentido de desenvolvimento da cidade.
Cidade Serviços
Trata-se da área que abrange a cidade contemporânea e o espaço de atividades económicas e na qual prolifera uma série de serviços, equipamentos e estabelecimentos comerciais e industriais que sustentam a dinâmica vida diária da cidade, com os seus fluxos diários de pessoas e bens entre a urbe e os aglomerados rurais e a região.
Nesta área propõe-se conciliar atividades industriais e ambiente, ecologia e indústria, ambiente e negócios, conferindo visibilidade e desenvolvimento à economia local.
Cidade ecológica
Corresponde à zona periurbana da cidade de Estremoz, na qual se desenvolveram pequenos mas importantes núcleos urbanos de características e vivências rurais, como é o caso das Mártires, da Fonte do Imperador, da Folgada, da Frandina, das Casas Novas e de Mamporcão.
É também neste espaço que se desenvolveram várias Quintas de Recreio, importantes elementos do património paisagístico, e se instalaram Adegas que permitem que o sector vitivinícola seja hoje uma das atividades económicas com maior importância no Concelho.
Na “cidade ecológica” o principal objetivo é a valorização da paisagem, conciliando unidades produtivas de carácter agrícola com a salvaguarda de recursos naturais. As áreas incluídas neste espaço devem garantir a sustentabilidade e o compromisso com o Mundo Rural de transição à cidade “funcional”, designadamente através do estabelecimento de unidades agrícolas de base familiar onde sejam criados os produtos a escoar nos mercados tradicionais e/ou nos espaços comerciais da cidade.
Em termos de ordenamento do território devem estes espaços assegurar uma tipologia de ocupação regulada e ordenada, que contrarie a edificação dispersa em solo rural, dando assim resposta ao estabelecido no PROT Alentejo.
Mundo Rural
Corresponde, em termos espaciais, ao restante território concelhio e inclui os vários aglomerados urbanos de cada uma das freguesias rurais.
Nesta área os objetivos estratégicos prendem-se com a valorização do espaço rural e da agricultura sustentável (que concilie a produção com a salvaguarda da paisagem e dos ecossistemas), bem como das zonas abrangidas pela categoria “Espaço Cultural”, onde se pretende garantir um compromisso indelével na articulação entre valores culturais e naturais de grande escala.
Constituem ainda objetivos desta área a valorização dos aglomerados urbanos das freguesias rurais, conferindo-lhe um estatuto de valor e reconhecimento na oferta habitacional e na fixação das populações, no sentido de inverter o processo de despovoamento dos espaços interiores.